Entenda o que é a automação industrial e como ela tem transformado nossa forma de produzir

A automação industrial é um tema muito presente em nosso dia a dia. Mas você já parou para refletir sobre este conceito? Quando pensamos em indústrias, seus ganhos não se limitam à automatização de trabalhos manuais. Engloba desde a inserção de tecnologias de software, hardware até equipamentos em processos produtivos.

Seu principal fim consiste em criar processos que visem dar mais autonomia à produção. Diminuindo, dessa forma, a intervenção humana nessa rede. Hoje, a automação industrial está intimamente ligada a termos como Internet das Coisas (IoT), Computação em Nuvem ou Fábricas Inteligentes.

Por isso, sabendo não apenas da abrangência, como da importância deste tema, hoje vamos falar como a automação industrial tem impactado a nossa forma de produzir.

Continue lendo este material e confira mais detalhes sobre este assunto tão relevante para as indústrias. 

Contextualizando 

Para falarmos em automação industrial teremos que abordar um pouco de história. Os primeiros sistemas de automação datam ainda do século XIX quando nossa sociedade vivia a Revolução Industrial. 

Aquele foi um grande marco porque muitas tarefas passaram por mudanças. Deixaram de ser realizadas por humanos e passaram a ser feitas por máquinas, visando aumentar a produção. As atividades eram operadas através de peças mecânicas, que ‘automatizam’ os estágios mais repetitivos da rotina. 

Tempos depois, essas peças deram lugar a mecanismos que operavam por meio de relés e contatores. Possibilitando assim, uma automação mais complexa e sofisticada em linhas de montagem.

Após a Segunda Guerra Mundial as novidades foram ainda mais significativas. Foram criadas as primeiras máquinas por comando numérico e os sistemas de controle para processos. Além disso, nasciam ali os  circuitos integrados analógicos, precursores de uma nova geração de sistemas automatizados.

O avanço da automação se potencializou

Chegada a década de 1970, entraram em cena os primeiros computadores comerciais. No entanto, essas máquinas exigiam custos altos de manutenção. Além disso, demandavam uma programação trabalhosa. Sendo assim, essas máquinas foram substituídas pelo Controlador Lógico Programável, que era muito mais avançada. Além de ter sido projetada especialmente para processos industriais.

Os anos 90 já contavam com uma tecnologia ainda mais avançada. Os computadores da época eram capazes de conceber circuitos e tinham alta capacidade de processamento. 

Assim, os sistemas de automação se tornavam mais eficientes, velozes e confiáveis. Isso possibilitou produções de maior escala com redução de custos, otimização de espaços e aumento da confiabilidade e segurança técnica.

Fato é que todos esses acontecimentos foram marcados por saltos tecnológicos. As tarefas manuais foram substituídas por máquinas até que chegássemos à tão falada Indústria 4.0

Com essa nova realidade, um serviço que antes era executado por dezenas de pessoas, passa a ser realizado por apenas um responsável.No caso, este era responsável por manter e operar os softwares que irão guiar toda a linha produtiva. 

O resultado dessa mudança foi muito mais eficiência, redução de custos e aumento de produção. Isso tudo a um nível que seria impossível alcançar apenas com esforços humanos. 

Indústria 4.0 

A Indústria 4.0 ou 4ª Revolução Industrial já é uma realidade nas grandes indústrias pelo mundo. Este foi o termo convencionado para representar essa integração entre  inteligência artificial, robótica, internet das coisas e computação em nuvem. Visando assim, automatizar as atividades industriais a fim de aprimorar os processos e elevar a produtividade. 

Por isso que o tema é tão abordado. Na prática, a Indústria 4.0 utiliza o que há de mais avançado como inteligência artificial, data science, big data, IoT (Internet das Coisas) e machine learning, entre outros. 

Foi uma verdadeira revolução das operações industriais, elevando a automatização a um nível nunca visto até então! 

Mas afinal, por que as indústrias devem investir em automação industrial? 

Sabendo da importância deste tema para a nossa realidade, trouxemos também algumas razões para que as indústrias invistam em automação industrial.

Aumento da Produtividade

Como dissemos logo acima, o conceito de automação industrial parte do princípio de fazer mais com menos. Portanto, a prioridade é fazer trocas inteligentes! 

O trabalho manual gera custos. Leva mais tempo para ser finalizado, além de contar com riscos de falhas muito maiores. Ao automatizar a cadeia de produção, ganha-se velocidade, precisão, segurança e eficiência. 

Melhor uso do tempo

Automatizar atividades repetitivas é uma das maneiras mais eficientes de canalizar a força para aquelas que realmente exigem trabalho humano.

Mais segurança para os colaboradores

Executar movimentos repetitivos por um longo período é algo tedioso, nós sabemos. Mas tem mais: Eles colocam a saúde física e mental da sua equipe em risco, assim como alerta o Ministério do Trabalho e Emprego. 

Vários levantamentos apontam que esses tipos de funções são agentes causadores de acidentes de trabalho. Sabe por que? Por serem executadas de maneira automática, pode ser que o trabalhador perca o foco. E nesse pequeno momento de distração ele pode acabar se machucando. 

Então, a automação industrial também assegura um ambiente muito mais seguro. Além disso, oferece ainda a chance de monitoramento 24h por dia. 

Ela oferece, ainda, várias formas de sinalizar que algo não está certo na operação. Seja por meio de sinais luminosos ou sonoros, sensores anunciam qualquer perigo ou irregularidade na indústria.  

Além do mais, esses equipamentos são capazes de reconhecer e comunicar alterações em aspectos como aumento da temperatura ou sobrecargas nos equipamentos e máquinas a tempo de evitar tragédias no chão de fábrica.

Relatórios detalhados e avançados

Sistemas de automação fornecem informações em tempo real sobre os estágios e índices de produção, aproveitamento de matéria-prima, gargalos operacionais, entre outros dados essenciais para o funcionamento correto da cadeia produtiva. 

Além disso, possibilitam a detecção de falhas e urgências de manutenção antes que elas causem interrupções ou prejuízos.

Competitividade 

Muitos gestores de indústrias já estão cientes do impacto positivo trazido pela automação industrial, e por isso já vêm investindo nessas tecnologias. 

Eles já viram que, para ter um negócio realmente competitivo no mercado, é fundamental não apenas o investimento no maquinário em si como também na capacitação de todos que terão que atuar com a tecnologia.

E na prática, quais as ferramentas aliadas à automação industrial? 

Fato é que a automatização industrial pode ser potencializada por outras tecnologias da 4° revolução, como por exemplo a inteligência artificial, a internet das coisas e até mesmo o Big Data.  

Por isso, não poderíamos deixar de mencionar alguns dos seus pilares.  

1. Internet das Coisas 

Consiste na conexão de rede entre ambientes, veículos ou máquinas e dispositivos eletrônicos. Esses sistemas exigem uso da internet para serem executados, e, no meio industrial, possibilitam que sejam controlados remotamente. 

O resultado são níveis nunca vistos de conectividade e funcionalidade. Já se fala, inclusive, em Internet das Coisas Industrial (IIoT), em que o foco é a comunicação máquina-máquina, Big Data e aprendizado dessas máquinas. 

A IIoT engloba aplicações industriais, incluindo robótica, dispositivos médicos e processos de produção definidos por software.

2. Big Data Analytics

Trata-se da estrutura de dados e envolve a sua captura, gestão, e análise. Nos ambientes industriais, são pertinentes: 

  • Conexão (à rede industrial e sensores)
  • Cloud (nuvem/dados por demanda)
  • Cyber (modelo e memória)
  • Conteúdo
  • Comunidade (compartilhamento das informações)
  • Customização (personalização e valores)

3. Segurança 

Obter segurança é, sem dúvida, uma das maiores dificuldades da 4ª Revolução Industrial e visa a busca de ambientes de sistemas da informação mais seguros.

A falha na comunicação entre as máquinas existe, mas nas indústrias esse problema pode trazer repercussões enormes, afetando toda a cadeia de produção. Imagine só que prejuízo! 

4. Computação em nuvem 

Esse termo faz referência ao armazenamento dos sistemas por meio de servidores compartilhados e interligados pela internet. Isso possibilita ainda o acesso de qualquer lugar. 

Nas indústrias, oferece a possibilidade de ultrapassar os limites dos servidores da empresa e ampliar as possibilidades de conectividade entre sistemas. E a grande vantagem é que tudo isso acontece com redução de gastos e de maneira mais ágil e eficiente que o modelo antigo.

Entendendo a automação industrial no Brasil

O Brasil não ficou de fora dessa onda, e por isso hoje entrega níveis competitivos de produtividade e obteve expressivas reduções de custos. 

Um estudo divulgado pela ABDI mostrou que assim que nova forma de produzir for implementada, a estimativa é que haja redução nos custos industriais de, no mínimo, R$ 73 bilhões/ano.

Desse valor, R$ 34 bilhões/ano serão dos ganhos de eficiência. Outros R$ 31 bilhões/ano da redução nos custos de manutenção de máquinas. E por fim, R$ 7 bilhões/ano da redução no consumo de energia.

Essa economia e ganho em eficiência dos processos de produção são capazes de mudar a realidade brasileira internacionalmente. Em 2019, o Brasil ocupava a 71ª posição em um cenário de 141 países. É o que mostrou o relatório do Fórum Econômico Mundial.  

Conclusão

Investir em automação industrial deve estar entre as prioridades nas empresas, principalmente nas grandes indústrias. Essa ação não apenas aprimora processos internos. Como contribui para que o negócio seja mais competitivo e dessa forma, alcance os níveis de exigência do mercado. 

Independentemente do segmento, a adoção dessas práticas traz produtividade, tecnologia e aumenta o valor agregado.

É importante destacar que ainda há muito mais informações relevantes sobre automação industrial. Com certeza cada tipo de indústria pode obter ganhos específicos com a sua adoção em seus processos produtivos.

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